TRANSPORTE GRATUITO PARA CRIANÇAS PORTADORAS DA DOENÇA RENAL OU DE ANEMIA FALCIFORME

TRANSPORTE GRATUITO PARA CRIANÇAS PORTADORAS DA DOENÇA RENAL OU DE ANEMIA FALCIFORME

O vereador Alex Chiodi, vice-presidente da Câmara Municipal de Contagem, apresentou nesta terça-feira (16/06) indicação à prefeitura solicitando a implantação de transporte gratuito para crianças portadoras da doença renal ou de anemia falciforme que necessitam fazer tratamento em Belo Horizonte.

As crianças diagnosticadas com a anemia falciforme ou insuficiência renal crônica em Contagem são encaminhadas para tratamento em Belo Horizonte. No caso da anemia falciforme o paciente é atendido pela Fundação Hemoninas, já a doença renal é tratada pelo setor de nefrologia pediátrica e hemodiálise do Hospital das Clínicas.

Considerando a dificuldade enfrentada pelas famílias, que têm um filho (a) portador da doença renal ou da anemia falciforme, em transportá-los até o município de Belo Horizonte para que receba tratamento adequado, o vereador Alex Chiodi solicitou que a secretaria de saúde viabilize e garanta o transporte gratuito destas crianças assim como para os seus responsáveis.

De acordo com o parlamentar, a gratuidade pode ser garantida por meio da disponibilização de um veículo com motorista que ficaria responsável pelo transporte dos pacientes e de seu acompanhante. “Esta iniciativa é muito importante, haja vista que estes pais sofrem não somente com as dificuldades físicas da criança como também financeira”, disse Alex.

O tratamento de hemodiálise que são submetidos os pacientes de insuficiência renal dura em média de 03 a 04 horas e dependendo do paciente tem que ser realizado mais de uma vez por mês, o que significa uma despesa extra não só com o transporte como também com alimentação. “Os gastos que os pais já têm com exames, consultas e medicamentos são altos e muitos destes não possuem condições financeiras para arcar com tantas despesas e são poucas as famílias que dispõem de veículo próprio e precisam se deslocar até ao hospital usando o ônibus por mais de uma vez por mês” explicou Chiodi.

GUILHERME LUTA CONTRA A ANEMIA DESDE OS 9 ANOS

Paula Oliveira é mãe de Guilherme Alexsander de 09 anos, morador do bairro Alvorada. Guilherme faz tratamento na Fundação Hemominas desde os 02 meses de idade e foi diagnosticado com anemia falciforme através do teste do pezinho. Paula conta que no início o tratamento era realizado uma vez por mês com o médico hematologista. Aos 11 meses de idade Guilherme teve a primeira crise chamada sequestro esplênico que consiste no aumento da eritropoiese e das dimensões do baço. Após a terceira crise a criança, já com 01 ano de idade, precisou fazer a cirurgia de retirada do baço. “Por um tempo vivemos tranquilos mantendo o controle com a hematologista, mas quando o meu filho tinha 05 anos teve um AVC, onde ele perdeu os movimentos do braço e da perna esquerda. Foi quando o Guilherme passou a ter que fazer a transfusão de sangue para evitar novo episódio”, relata.

O tratamento de transfusão sanguínea ajuda a evitar em 90% os casos de AVC, mas infelizmente a família de Paula passou por uma grande perda o que afetou também o filho que teve outro AVC em 2013. “Durante o ano de 2013 ele teve vários episódios até que em 2014 conheci um médico neurocirurgião que pediu para estudar o caso. Fomos transferidos para o hospital Biocor para fazer um exame de arteriografia que constatou doença de moyamoya. Guilherme teve que fazer uma cirurgia intracraniana (lado esquerdo e direito). A primeira cirurgia foi em 2014 e a outra recentemente no mês de maio. Graças a Deus mesmo com todas essas complicações meu filho não tem nenhuma sequela. Atualmente ele continua com o tratamento de transfusão na Hemominas a cada 15 dias”.

A mãe de Guilherme explica que dois dias antes da transfusão, o filho tem que comparecer a Hemominas para fazer exames, sem contar que ele está sempre fazendo outros exames solicitados pela médica que o acompanha para acertar a dosagem dos medicamentos. “Isso gera muito gasto e tem dias que não tenho condições de levá-lo ao tratamento, porque as passagens ficam caras e como não tem ônibus direto fica mais difícil ainda. Só de passagem gasto aproximadamente R$ 60,00 por dia, fora a alimentação e exames”, desabafou.

O que é a anemia falciforme?

A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.

As hemácias falciformes contêm um tipo de hemoglobina, a hemoglobina S, que se cristaliza na falta de oxigênio, formando trombos que bloqueiam o fluxo de sangue, porque não têm a maleabilidade da hemácia normal.

O que é a Doença Renal?

Assintomática e sorrateira, a insuficiência renal é uma doença grave que acomete também crianças e adolescentes, afetando o desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o diagnóstico tardio é a principal causa de comprometimento da função renal nessa faixa de idade. A Doença renal crônica é definida tanto pela presença de lesão renal como por perda da função renal.

Moyamoya

A doença cerebrovascular oclusiva crônica (moyamoya), acomete as artérias do sistema nervoso central (SNC), provocando tromboses, isquemias transitórias de repetição e hemorragias intraparenquimatosas; acomete com maior frequência pessoas de origem japonesa, mas tem distribuição universal, iniciando-se em idade pré-escolar. Há obstrução das artérias carótidas internas por defeito na camada íntima que, com o tempo, provoca neoformações vasculares de fino calibre e pouco eficientes; estes novos vasos apresentam na angiografia cerebral um padrão diagnóstico típico descrito na literatura como “fumaça”(aspecto nebuloso, moyamoya).

Alex Chiodi